terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um novo guerreiro contra os leucócitos mutantes

Olá queridos companheiros do exército maravilha, como estão? Por aqui tudo ótimo, o tratamento está indo muito bem. Agora estou no hospital fazendo o quarto ciclo e devo voltar pra casa na sexta.
Já estava há alguns dias querendo voltar a postar aqui no blog, e hoje tive a ideia de fazer um post especial. Vou relatar nele tudo que venho passado até hoje (sintomas, reações), isso porque quero ajudar um novo guerreiro que chegou para essa batalha, meu tio Ilídio que começou o tratamento há pouco mais de um mês.

Fui internada numa sexta-feira em Agosto para começar o tratamento, mas só iniciei a quimioterapia na segunda, ou como os médicos chamam, no D1. O tratamento se resume em 8 ciclos divididos em ciclos A e ciclos B. O primeiro, o ciclo A, foram 4 dias seguidos de quimioterapia e no D11 (11 dias após a primeira quimio), mais um reforço com três dosagens. Durante os dias em que recebi a quimio, não tive reação.
Do D11 ao D21, é o período em que os médicos chamam de "fundo do poço" porque é quando temos as reações posteriores da quimioterapia. As que tive foram dores na boca, muita febre, as pontas dos dedos ficaram dormentes e a pele bem sensível, tinham dias em que acordava e parecia que tinha levado uma surra.
Nesse primeiro ciclo, fiquei internada 28 dias no hospital já que tive bastante febre. O médico disse que é normal ter febre no primeiro ciclo, já que seu corpo está frágil por causa da doença.
Umas duas semanas depois, internei para fazer o segundo ciclo, o ciclo B. Foram 5 dias de quimio e só precisei ficar internada durante esse período, o que foi muito bom já que estar em casa facilita muito esse processo. Durante as sessões desse ciclo, tive muito enjoo e um pouco de dor de cabeça. E do dia D11 ao D21, tive muitas dores na boca, dores de cabeça e pele sensível.
Algumas semanas depois, fui internada novamente para fazer o terceiro ciclo, o ciclo A novamente, porém diferente do primeiro. Dessa vez só fiquei internada 4 dias para fazer a quimio, e o reforço necessário no D11, fiz em uma clínica oncológica e fui embora no mesmo dia. Dessa vez, tive enjoo durante a quimio e não tive nenhuma reação depois. Resumindo, foi muito tranquilo.
Agora estou no quarto ciclo e por enquanto só começaram os enjoos, mas estão bem fracos.
O que posso dizer até agora desse tratamento é que o primeiro mês é o pior, você sente coisas que não sentia antes e seu corpo está muito frágil, fica tudo muito difícil. Mas depois, quando você começa a fazer o tratamento e voltar logo pra casa, as coisas melhoram muito, e dependendo de como você estiver psicologicamente, às vezes até esquece que está em tratamento. Os médicos sempre me falaram no início que mais depende de mim do que da medicação que tomo. Que os pacientes sempre tem reações diferentes, e o que as diferem muitas vezes é o próprio, a forma como ele encara a doença e o tratamento.
No tratamento, o ciclo B é o mais forte, os médicos dizem que é o pior. Pra mim não foi pois estava em casa e pude fazer várias coisas que melhoraram as reações, como tomar sorvete pra aliviar a dor na boca, tomar banhos frios para as dores de cabeça ou quando estava com 37° (é considerado febre 38°), comer bastante verdura para ajudar a subirem logo as taxas (imunidade, plaquetas, diminuir a anemia); por isso que estando em casa tudo fica melhor!

Tio Ilídio, te desejo toda a força do mundo e estou aqui pra te ajudar no que for preciso! Qualquer coisa que queira me perguntar, fique a vontade! Fiz esse post dedicado à você porque sei que temos muitas dúvidas nesse início, e por isso espero ter te ajudado um pouco.

Meus companheiros maravilhosos, peço que vocês mandem energia positiva pro nosso novo guerreiro.

Um beijo enorme pra você tio e à todos,
Karina.